Ponte Salvador-Itaparica fica pronta em 2013 Segunda-feira, 14/12/2009 - 12:05
A ponte é só rodoviária em todos seus 12km e terá 8 pistas, das quais 2 exclusivas para cargas. O projeto tem custo estimado em R$ 2,5 bilhões. O jornal Bahia Negócios, do jornalista Geraldo Vilalva, publicou em sua edição deste mês uma excelente matéria sobre o projeto da ponte que ligará Salvador à Ilha de Itaparica. Considerado por alguns pessimistas como "faraônico", todo o impacto do projeto já vem sendo discutido desde janeiro por equipes do Governo do Estado, inclusive com as prefeituras de Itaparica e Vera Cruz. A ponte deverá ser concluída em 2013, um ano antes da Copa do Mundo. Leia abaixo a matéria na íntegra do Bahia Negócios:
O sistema viário será criado a partir da Via Expressa Baía de Todos os Santos (novo Km 0 da BR-242) e que alcançará, pelo mar, a Ilha de Itaparica, daí prosseguindo pelo continente. A ponte é só rodoviária em todos seus 12km, com 8 pistas, das quais 2 exclusivas para cargas, um vão central estaiado de 560m e 90m de altura, mais 2 outros estaiados adjacentes de 285m.
O custo estimado em R$ 2,5 bilhões prevê desembolsos de R$ 600 milhões anuais, cabendo 40% ao setor privado (R$ 250 milhões), R$ 300 milhões ao governo federal e R$ 100 milhões ao governo estadual. Também poderá ser desenvolvida uma combinação de modalidades de concessão que envolveria a construção, operação e manutenção do sistema.
Já está em mãos do governador Jaques Wagner, desde o dia 26 de janeiro de 2009, um documento assinado pelo engenheiro Manoel Ribeiro Filho, diretor da Construtora OAS para a Bahia, Sergipe e Alagoas, solicitando autorização formal para efetuar, por sua conta e risco, os estudos necessári os para a viabilização de um projeto que ligará a BR-324 até o ponto final da BR-242, na Ponte do Funil, que será duplicada juntamente com o trecho até Itaparica.
A Ilha de Itaparica terá um Plano Diretor Único capaz de coibir sua degradação e a especulação fundiária, com a criação e implantação de núcleos urbanos planejados, diversificados, infraestruturados, integrados ao meio ambiente, absorvendo, de forma estruturada, parte da demanda habitacional da RMS. Torna-se, assim, um novo raio de expansão e turismo, beneficiando a mobilidade urbana e o planejamento de Salvador, que terá seu ritmo de ocupação reduzido e direcionado para áreas que deverão ser, a partir da implantação deste Vetor Oeste, recuperadas, renovadas e revitalizadas, a exemplo do Comércio e Península Itapagipana.
Adianta Ribeiro que os impactos do projeto não ficarão restritos à RMS, sendo sentidos também no Baixo Sul (rumo a Itacaré-Ilhéus) com a re dução das distâncias rodoviárias e ajudando a integrar a economia do Recôncavo e da RMS com a nova economia que surgirá com o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste. Permitirá o acesso direto das BRs 101, 116 e 242 aos portos de Salvador, Aratu e Pólo Naval sem interferir na capital baiana. Coloca importância no escoamento de toda a produção do Oeste da Bahia por estas vias, alterando, significativamente, o Plano Nacional de Viação que terá o Km 0 da BR-242 no Porto de Salvador.
Garante ter a OAS conhecimento técnico e de gestão comprovadamente suficiente para desenvolver planos e empreender, isoladamente ou em consórcio, obras e intervenções previstas nos projetos de engenharia, transportes, mobilidade e desenvolvimento urbanos. Para isto, contará com a assessoria técnica de profissionais especializados na área de urbanismo, desenvolvimento urbano e calculo estrutural, destacando se o arquiteto e urbanista Ivan Smarcevscki (concepção geral do Projeto), Escritório da LVA - Logística de Valor Agregado (operações urbanas a partir da introdução no projeto de conceitos do chamado Novo Urbanismo) e da Enescil Engenharia de Projetos (desenho e pré-dimensionamento estrutural da ponte).
Compreenderá estudos técnicos de arquitetura, urbanismo, engenharia, jurídicos, econômicos e financeiros para modelagem adequada das PPS ou concessões, envolvendo a definição de elementos de projetos básicos que permitam sua plena caracterização, o orçamento preliminar de investimentos, as diretrizes para o licenciamento ambiental do empreendimento, o estudo de viabilidade econômico-financeira com a indicação de forma remunerada necessária ao investimento e à operação do projeto, a forma mais apropriada para contraprestação do poder público, os critérios objetivos de avaliação e desempenho do projeto.
Para a Ilha de Itaparica, sugere uma rigorosa proteção ambiental, principalmente d a Contracosta, tráfego pesado em via segregada, proteção aos sítios históricos da cidade de Itaparica e do Distrito de Baiacu (parque estadual para preservar o resto de manguezais e de Mata Atlântica), criação de bairros planejados em áreas antropizadas e de um consórcio público do Estado e os municípios de Vera Cruz e Itaparica para elaborar um novo PDDU, a ser aprovado pelas respectivas Câmaras de Vereadores. Propõe a implantação de 4 núcleos (Cultura, Verde, Conexão e Bem-Estar), ocupando 24,3% da ilha, com determinados tipos e critérios de ocupações (residenciais e comerciais), campo de golfe, resorts, nova marina e um centro de excelência para a indústria naval.